20 de março de 2014

Recomendações para a Subida Noturna do Caratuva!

(Alerta de post longo! Prepare-se para ler bastante ou ignorar isso tudo e passar para o próximo!)

Aos que não estão sabendo, nesse sábado e domingo (22 e 23/03) teremos uma subida noturna no Caratuva depois da atividade na sede que vai acontecer normalmente. Tenho alguma experiência quando se trata desse pico (se tudo der certo essa vai ser a minha quinta escalada, sendo a terceira noturna) e gostaria de fazer alguns lembretes e observações aos que vão tentar chegar lá :)

Roupa para a subida:

Não é preciso usar muita blusa. Se vocês lembram da tentativa fail do PP ano passado, logo no começo o corpo já esquenta bem e enquanto vocês continuarem se mexendo não vão sentir frio. Eu particularmente me sinto bem com um short, uma camiseta e uma blusa fina. Quando chegarmos no pico, venta e esfria consideravelmente, então uma calça, o moletom, um poncho e ~talvez~ outra blusa não muito grossa seja o suficiente.

Calçados:

Já vi gente subindo o PP de chinelo e ouvi falar de pessoas que vão até descalças, mas admito, o que dá agonia mesmo é ver pessoas subindo de Vans ou All Star. E alguma das pessoas que vão com tênis de corrida ou aqueles que se usa em academias têm um azar enorme e detonam com o calçado ao ponto de ter que remendar com silver tape até chegar na Fazenda de volta. Então, galera, escolham de preferência um calçado resistente, confortável e com um solado antiderrapante não-liso (já aviso especialmente as meninas que amam um All Star como eu, vocês vão sofrer com um deles na montanha, e é possível que ele não volte inteiro!). Se for comprar uma bota e resolver estreá-la no Caratuva, amaciem ela com antecedência, não é legal tentar subir um pico com um calçado duro.
Outro lembrete importante: usem dois pares de meias! Especialmente pra quem não é muito acostumado, ou tem uma bota nova, ou quem usa uma bota um pouco maior do que devia (tipo eu :~). Diminui bastante a chance de ter bolhas no pé e não atrapalha. Tentem usar por dentro uma meia mais fina (não muito, lógico) e por fora uma meia de cano alto mais grossa.

Comida/água:

Acho que todo mundo que vai, menos o Isaac, vai pegar a ração de montanha do Chefe Shiba, então não preciso explicar muita coisa. A comida para montanha num bate e volta deve ser o mais leve possível mas que sustente bem. Já a água, não é preciso levar três litros na mochila (tem uma bica no caminho), mas não se esqueça da sua garrafa! Eu levo duas de meio litro, mais ou menos, mas geralmente consigo chegar até a bica com uma mesmo.

Segurança:

As orientações aqui são simples, maior parte é bom senso. Não preciso lembrar que o uso da lanterna é obrigatório. Certifiquem-se que suas lanternas (que de preferência daquelas de cabeça) estão em bom estado e levem pilhas extras! Sobre o apito, nunca é demais prevenir e um apito não deveria atrapalhar. A trilha toda é bem sinalizada e sem grandes perigos, além do mais, estaremos num grupo grande com dois guias experientes (não eu!), então é difícil nos perdemos. Não se desviem da trilha, se precisarem parar, avisem.
Sobre animais como cobras e aranhas na trilha, existem, mas não são frequentes. Tenham algum cuidado e tentem olhar primeiro onde vocês colocam as mãos e onde sentam.
Ah, sorriam (ou pelo menos tentem) e deem bom dia/boa noite para os outros montanhistas! Além de mostrar educação e simpatia, isso também faz parte da segurança. Se algum grupo demora mais que o previsto, o pessoal da Fazenda pergunta aos outros montanhistas se eles viram o grupo e onde. Também tentem reparar nas outras pessoas que estão subindo/descendo, no que elas estão vestindo e como elas estão.
Eu sei que não vamos cozinhar nada lá em cima, mas, se algum de vocês quiser voltar e acampar na montanha algum outro dia, lembro que não é permitido fazer fogueiras em nenhum local na trilha ou nos Picos! Isso pode gerar acidentes e queimadas da vegetação local. A Fazenda e toda a região dos Picos são áreas de preservação, então se precisarem cozinhar algo, tragam fogareiros portáteis :)
E para fins de identificação, levem seus documentos (preferencialmente cópias), no caso o RG e a carteirinha da UEB devem bastar.

Dificuldade do trajeto:

Isso é um assunto mais pessoal, que depende do preparo físico de cada um. Sempre é bom ter um preparo físico legal e manter uma rotina de exercícios físicos, mas claro que nem sempre o ideal corresponde a realidade. Não sei ainda em quanto tempo eu faço o Caratuva sozinha, mas devo chutar umas três horas a três horas e meia de ida e duas horas e meia de volta. Não faço tanto exercício assim, aliás, detesto academias. Apenas estou começando a me acostumar com o esforço que é necessário.
Os músculos não são fundamentais na montanha. Ser maromba aqui não facilita tanto assim. Na verdade, o exercício físico aqui trabalha e muito a parte da resistência, mas é uma resistência diferente de conseguir fazer três horas na esteira correndo ou duas horas ralando na bicicleta. O trajeto (que para o Caratuva é de só uns 5km) é muito irregular e tem partes que exigem bem mais que as outras.
Se algum de vocês lembram do PP, o Vestibular também conhecido como Morro da Desistência é bem cansativo. Muitas pessoas que vão subir pela primeira vez sentem um salto grande na frequência cardíaca e respiratória no começo, o que é  normal. Se isso acontecer, tentem manter a calma, não desistam, sentem-se, tomem água (mas não muito!) e descansem um pouco.
Depois do Vestibular, o caminho fica bem mais fácil até os últimos metros, onde as pedras grandes e raízes começam a aparecer. Essa parte é uma droga para pessoas novas de montanha, principalmente de noite. Quando chegamos lá, já é umas quatro da manhã e o sono começa a pesar mais. Também é uma parte meio longa, que aparenta nunca terminar.
Lembro que xinguei essa parte do trajeto mentalmente várias vezes, não sabia se eu comia (também estava faminta) ou dormia primeiro. Quando eu sentava para descansar, começava a pescar pesado. Ao chegar no cume não deu outra, precisei dormir urgentemente. Me agasalhei bem e desliguei, sem nem ver o nascer do sol :c
Aliás, uma coisa que eu percebi é que de noite, por algum motivo, o trajeto inteiro parece mais longo, apesar de demorar mais ou menos o mesmo tempo para fazê-lo.
Enfim, uma outra parte fundamental de qualquer subida que eu venho percebendo é a parte psicológica. Muita gente que vem para essa região pela primeira vez quer ir ao PP porque, pô, é o PP, o pico mais alto do sul do Brasil e em "curtos" oito quilômetros de trilha. Mas muita gente depois de andar os primeiros 100 metros quer desistir, acha que não consegue de jeito nenhum. Se passar a ideia de desistir na cabeça de vocês, lembrem primeiro que vocês são Sêniores e nosso lema é Desafio. Façam o Melhor Possível de vocês e também lembrem que estamos indo com calma, podem tomar seu tempo para se recuperar e continuar em frente.
Chefe Shiba sempre diz que o Caratuva é uma referência aos que querem ir ao PP. O Caratuva é, segundo ele, a metade do que é o PP. Quando chegarmos lá em cima, podemos ter uma base do que é o cansaço que o PP proporciona. Lembrando que o Pico desse ano é o Marumbi, não o Pico Paraná!

Mais algumas informações:

Se alguém tiver dores na perna ou algum outro problema como diarreia, febre, etc., e precisar de remédios, o Chefe Shiba com certeza deve ter alguns remédios de emergência com ele, além dos Primeiros Socorros da Tropa, e também devo trazer os meus, para garantir.
Acaso chova de leve de noite, como está na previsão hoje, imagino que a atividade não seja cancelada. Talvez precisemos discutir a finalidade da subida: a paisagem ou enfrentar o desafio juntos. Na minha opinião, a atividade para mim perde muito o sentido se não tiver um céu limpo e bonito, mas, como Tropa, acho, sim, um desafio válido e novo para tentarmos superar.
Sei que não é todo mundo que gosta de montanha. Mas, cara, se o céu estiver limpo, o visual é maravilhoso. Além do mais saber que você chegou no segundo pico mais alto da região Sul do país é muito gratificante e vale muito a pena ir, ou pelo menos tentar.

Ah, e uns itens aleatórios que acho interessante comentar. Não é necessário levar o saco de dormir, dá pra dormir em cima da mochila deitado no chão mesmo. Quando o sono aperta, vai de qualquer jeito mesmo. Agulha para os que sofrem de bolhas no pé é um item interessante de se levar. Nessa época do ano, é legal levar luvas e gorro pra garantir, mas eu levo só as luvas pra proteger as mãos de cortes e machucados.
Evitem levar coisas em excesso e não tragam cargueiras. É totalmente desnecessário.


Recapitulando o fundamental: lanterna obrigatória, não esqueçam das garrafas de água, usem dois pares de meias e um calçado confortável e resistente, levem seus documentos de identificação, informe a Chefia se você tiver alguma alergia a medicamentos, evitem trazer coisas desnecessárias, não desistam e aproveitem a paisagem! Não sei se a taxa de 10 ou 15 reais de entrada na Fazenda vai ser paga na hora ou está guardada junto aos chefes, mas se não está com eles, não se esqueçam do dinheiro da entrada.

Acho que é isso! (Se alguém lembrar de algo importante que eu esqueci, por favor, sinta-se livre para comentar c:)
SAPS!

16 de março de 2014

Não é mais que um até logo, não é mais que um breve adeus.

Bem cedo junto ao fogo, tornaremos a nos ver </3

No começo de toda jornada, sabemos que ela tem que ter um fim. Seja ela demorada ou não, o tempo, inexorável, não para por ninguém e precisamos seguir em frente.

Todos da Sênior sabem que nossa história aqui tem um fim. E eventualmente esse fim chega. Mas não chegamos ao fim dessa linda jornada de três anos sozinhos. Mesmo tendo azimutes diferentes, nossos companheiros de Tropa nos acompanham e em algum ponto desse processo, eles se tornam nossos amigos, nossos irmãos. E mesmo que o tempo desgaste o que aqui foi construído, sabemos que no final nossa jornada ruma para o mesmo final: o futuro. E se Deus (ou aquilo que vocês acreditem ser uma força superior) assim conceder, não será a última vez que nos veremos.

Ontem, dia 15 de março do presente ano de 2014, foi realizada a ligeiramente atrasada ponte dos cinco sêniores que começam a traçar seus rumos no ramo Pioneiro: Dudu, Matheus, Ju, Popo e Igor.


E que passagem longa! Haja garrafas d'água para aguentar o calor de uniforme enquanto espera a passagem de cinco pessoas.

Aos cinco mais novos pioneiros, esperamos que vocês cresçam, se divirtam e reflitam bastante no Clã, não participem de nenhum Acamlight, e não se esqueçam do que viveram aqui nos seus anos de Sênior Harpyja. Obrigada meeesmo a cada um de vocês, pelos conselhos, conversas, risadas, discussões e tudo mais.


SAPS!
(Reativando o blog, para nossa alegria. Ou não.)